Há 31 anos ela encontrou o Amado. Mãezinha sonhava
com esse dia e pautava a vida em função dele. Não desejava morrer, mas com
sabedoria vivia cada dia como se fosse único e o último, o derradeiro para o
encontro, na Pátria definitiva, com o Senhor.
Ela aconselhou: “procure fazer cada coisa como se
fosse o último ato de sua vida. Como tudo seria perfeito!” Irmã Maria Imaculada
sempre escolheu a melhor parte (cf. Lc 10, 38-42) e utilizava de sua vocação,
do sofrimento e de cada experiência como uma “passagem” para o Céu. Seus
pensamentos e ensinamentos eram voltados para a busca da vida eterna: “o reino
do Céu merece todo o nosso esforço e precisamos lutar sempre. A vida não tem outro
fim, e no Céu, vamos bendizer a Deus de tudo o que fizemos e sofremos por Ele.”
Hoje, gastamos tempo demais nos preocupando com o
que seremos. Buscamos formas de alcançar o sucesso e a riqueza. A tecnologia
nos faz refém de um mundo cada vez mais veloz que marginaliza quem não
acompanha os avanços. Tanta busca, tanta velocidade... Tanto vazio! Nunca
estamos satisfeitos. Nos esquecemos de lutar pelo tesouro maior que foi
prometido aos seguidores de Cristo: a Vida Eterna. Mãezinha, em seus
pensamentos gravados na história, escritos há mais de trinta anos, parece nos
alertar sobre os dias de hoje. Indica-nos o caminho do Céu antecipado.
Inspira-nos a viver a santidade e a nascer todos os dias como o próprio Jesus
ensinou a Nicodemos (cf. Jo 3, 1-21).
Nesta busca pela santidade pode surgir entre nós o
questionamento sobre os sofrimentos humanos. O motivo de sentir no físico e na
alma tantas dores. Ora, Ir. Maria Imaculada aproveitou da sua cruz para se
santificar e percorrer um caminho de redenção. Ensinava a comunidade do Carmelo
de Pouso Alegre a agir com generosidade diante das fadigas da vida: “seja
generosa, pois todos os sacrifícios são nadas em comparação com os que o Esposo
sofreu por nós. E depois, temos um Céu eterno para o gozo e felicidade! Aproveitamos
o tempo presente, em que podemos sofrer algo por Ele, e quando existe o AMOR
tudo é suave.”
Mãezinha tinha de fato um senso sobrenatural. Não
por ver anjos ou santos. Não era por conta de visões ou revelações, mas
simplesmente e ricamente por amar e seguir a Palavra de Deus. Afinal, “tudo
concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28), e ela confiava e deixava
ser cuidada pelo Senhor. De fato era como o barro nas mãos do oleiro que
modelou aquela criança, Maria Giselda, e a transformou num tabernáculo para a
Santíssima Trindade e a Virgem Maria. Sofreu desde criança com as dores
físicas, com o câncer que a levou a morte. Viveu a dor da saudade na separação
das irmãs com a fundação do Carmelo de Campos, mas não reclamava, não desistia
e por maior que fosse a dor se entregava a vontade de Deus.
Ao desejar o Céu, Mãezinha queria encontrar com a
Virgem Maria e com São José. Ela que foi manjedoura para o Menino Jesus durante
os anos de sua vida. Mãezinha nos ensina a desejar o mesmo e a viver em função
da eternidade.
“Se viver para Jesus, na terra, já é uma felicidade
muito grande, imaginem o que será viver no Céu!”
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