“Nunca pensei que houvesse possibilidade de
termos um Carmelo em Pouso Alegre. Mas, quando Deus quer, tudo se torna fácil”.
(Dom Otávio Chagas de Miranda)
“Que vossas obras vos glorifiquem,
ó Senhor” Sl.
144,10
FUNDAÇÃO do
Carmelo da Sagrada Família
Aos 26 de Outubro
de 1943, o Exmo. e Revmo. Sr. D. Otávio Chagas de Miranda, DD. Bispo de Pouso
Alegre celebrava, na Igreja do Rosário da mesma cidade, a Missa Solene de
instalação do Carmelo da Sagrada Família.
Doze anos antes, no mesmo dia, no Carmelo Regina Coeli em
Roma, o Revdo. Padre Delfim Ribeiro Guedes, Bispo eleito de Leopoldina
celebrava a sua primeira Missa. Sentindo talvez nas aspirações e alegrias de
neo-sacerdote o bafejo da Santinha de Lisieux, Sta. Teresinha do Menino Jesus,
constituíra entre os ideais do seu sacerdócio, aquele de fundar um Carmelo.
Assistíamos pois, agora, a uma dessas coincidências felizes que a nós parecem
coincidências, mas são na realidade graças marcadas pelos desígnios
misericordiosos de Deus que atende sempre as aspirações das almas generosas que
se dedicam ao seu serviço e se empenham pela sua glória. A sementinha plantada
no coração do jovem Sacerdote, fecundada durante doze anos de trabalhos no cultivo
da vinha do Senhor, germinava agora quando ele atingia a plenitude do seu
sacerdócio, pois a 3 de Outubro deste mesmo ano, na festa de Sta. Teresinha do
Menino Jesus, recebera, na Catedral de Pouso Alegre, a sagração episcopal. No
limiar do sacerdócio – a aspiração; no limiar do episcopado – a realidade. Deus
lhe dera, qual magnífico presente, nas festas de Sagração, o Carmelo da Sagrada
Família! A esse Deus de bondade e misericórdia graças sejam dadas por todos os
séculos dos séculos! Amém.
O que foi a
fundação do Carmelo da Sagrada Família em seus primórdios pode-se bem ver pela
carta seguinte que S. Excia. D. Delfim, então Reitor do Seminário de Pouso
Alegre e dedicado colaborador nos trabalhos do seu digno Pastor, escreveu à S.
Excia. para pedir-lhe a devida autorização.
Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano
L. J. C.
Antes de mais nada, peço a V. Excia. se digne
abençoar-me. A finalidade desta é toda especial, pois venho cumprir um dever,
que desejo seja muito grato ao coração de V. Excia.
Foi sempre meu
ardente desejo, e chega mesmo a constituir um ideal de minha vida sacerdotal,
concorrer para a fundação de um Carmelo nesta cidade. Só num futuro muito
remoto, porém, eu achava que essa aspiração poderia tornar-se realidade.
Os acontecimentos
tomaram, entretanto, rumo diferente. Pessoas bem intencionadas, das mais
conceituadas da cidade, estavam ao par de meu desejo. Percebendo estas que a
casa a ser doada para o possível Carmelo estava na eminência de ser
vendida, de acordo comigo, resolveram negociar a casa.
Trata-se da
moradia do Cel. Joaquim Ribeiro de Abreu, ao lado da igreja de Nossa Senhora do
Rosário. O negócio teve a aparência de compra e venda, mas, na realidade, só há
mesmo doação. Esta doação foi feita à Diocese para que V. Excia., em tempo
oportuno, se digne aproveitar para a fundação do Carmelo.
Sei, Exmo. Sr.
Bispo, que é mais uma série de trabalhos para V. Excia. Rogo, entretanto, a V.
Excia. se digne acolher bondosamente a nossa idéia. Nossa, digo,
porque não é somente minha, mas também de pessoas que V. Excia. muito estima,
cujos nomes não tenho autorização para declinar. O Carmelo será um ato contínuo
de agradecimento a Deus, por termos a felicidade de ver V. Excia. completamente
restabelecido.
V. Excia. terá a
colaboração de ótimos elementos, prontos a todos os sacrifícios, caso nossa
idéia tenha acolhida. Peço licença a V. Excia. para não citar-lhes, por ora, os
nomes, pois desejam, por motivos bem justos, conservar-se, por enquanto,
anônimos. Quanto a mim, sou, por certo, o mais inútil, mas desejo, caso V.
Excia. o permita, trabalhar muito, de acordo com suas determinações.
A compra das
casas e do terreno importou em 50:000$000 (cinqüenta contos), elevando-se as
despesas a 3:832$300. Quanto a este dinheiro, V. Excia. nenhum trabalho terá,
porque retornará integralmente, estando este retorno completamente assegurado.
Conheço bem a
orientação atual de V. Excia. de encaminhar todos os recursos para a construção
da nova Catedral. Mas esse dinheiro do Carmelo só seria oferecido para o
Carmelo ou Instituição semelhante, pelo que me apressei em fazer a
aquisição das casas e do terreno.
Alimentamos firme
esperança de que V. Excia. se dignará apoiar-nos, pois queremos, confiados na
bondade divina, fundando o Carmelo da Sagrada Família, facilitar o trabalho
pastoral de V. Excia., mediante mais copiosas graças divinas, alcançadas pelas
orações e penitências de almas santas consagradas a Deus.
Permita-me V.
Excia. esclarecer que unicamente apareceu, como comprador, o nome do Sr.
Vilela. Os outros nomes, que poderiam figurar no negócio, estão em completo
sigilo, pois as pessoas interessadas não desejam que apareçam de modo
algum, receando prudentemente empecilhos e tempestades no seio das próprias
famílias.
É ainda desejo
dessas pessoas que as Irmãs Carmelitas venham do Carmelo de Campinas. Ficaremos
sumamente satisfeitos se V. Excia. puder conceder-nos que a igreja do Rosário
sirva para Capela do Mosteiro. Quanto à manutenção do Carmelo, nenhuma
dificuldade advirá, porque haverá legados para esse fim.
Sendo nosso plano
aparentemente tão arrojado, não sei mesmo que impressão poderá causar a V.
Excia., mas, caso V. Excia. não o ache viável, apresso-me em adiantar que
nenhum prejuízo advirá daí para a Diocese, por ter sido já prevista no negócio
toda a hipótese possível.
Expus a V.
Excia., com toda a sinceridade, o nosso plano, deixando apenas de esclarecer certos
pontos não necessários, por enquanto. Esperamos que V. Excia. se digne acolher
benignamente nossa idéia e, nessa persuasão, beijo reverente seu sagrado anel,
firmando-me.
Humílimo
filho em N. S.
Cônego Delfim R. Guedes
O Exmo. e Revmo.
Sr. D. Otávio se achava então em Campinas, apenas restabelecido de grave
enfermidade, tendo se submetido à delicada intervenção cirúrgica. A manifestação
da vontade divina se fez sentir na alegria e generosidade com que S. Excia.
Revma. aceitou essa proposta, embora ela lhe trouxesse um acréscimo de
trabalhos e responsabilidades. Da sua resposta basta-nos pois, transcrever este
feliz pensamento que se tornou como que a divisa dos que se empenhavam nessa
árdua empresa: “Nunca pensei que em Pouso Alegre houvesse possibilidade de termos um
Carmelo.” (22-X-1943). “Mas quando Deus quer, tudo se torna fácil.”
(22-X-1943). Aproveitando o ensejo da sua estada em Campinas, dirigiu-se logo
ao Exmo. e Revmo. Sr. D. Paulo de Tarso Campos, D.D. Bispo daquela Diocese,
pedindo-lhe algumas Religiosas do Convento de Sta. Teresinha da mesma Diocese,
(em Campinas), para a nova fundação. Tendo o consentimento do ilustre Bispo de
Campinas, foi ao Carmelo entender-se com a Revda. Priora, Madre Maria Ângela de
Jesus que, vendo também assim realizado um desejo do seu coração ardente de
zelo pela glória de Deus e da Sta. Ordem de Nossa Senhora do Carmo, recebeu
esse pedido como uma bênção do Céu, embora lhe impusesse um doloroso
sacrifício. Aceito pela Comunidade, ficou decidida a vinda de quatro Religiosas
daquela casa para a nova fundação que se denominaria – Carmelo da Sagrada
Família – conforme o desejo de uma das benfeitoras.
A prevista doação
da casa de que fala S. Excia. D. Delfim ao Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano
não podendo se efetuar por motivos particulares de família, o retorno da
quantia empregada na compra da mesma não se efetuou também conforme se esperava
e vai-se fazendo aos poucos com muita generosidade pelas caridosas benfeitoras.
Por esse motivo não se realizou tão depressa como prometia, a fundação do
Carmelo da Sagrada Família.
Com o fim de
instruir o povo sobre as finalidades do Carmelo e despertar também a generosidade
dos católicos para essa obra que lhe era tão cara, o Exmo. e Revmo. Sr. D.
Delfim convocou várias reuniões e promoveu uma campanha de trabalhos e orações.
Numerosas pessoas aderiram com a melhor boa vontade a esse apelo e trabalharam
generosamente para obterem logo um Carmelo em Pouso Alegre ,
chegando mesmo a dirigirem ao Exmo. e Revmo. Sr. Bispo D. Otávio um ofício com
elevado número de assinaturas solicitando-lhe se dignasse pedir a devida
licença à Santa Sé.
Iniciou-se então
o trabalho de adaptação da casa situada ao lado da igreja de Nossa Senhora do
Rosário, que foi também generosamente cedida ao Convento pelo Exmo. e Revmo.
Sr. Bispo Diocesano. Mas quando iam ativamente esses trabalhos foi o Exmo. e
Revmo. Sr. D. Delfim nomeado pela Santa Sé, Bispo de Leopoldina. Tinha ele que
voltar o olhar e o coração para a nova missão de que a Sta. Igreja o incumbia.
Parecia que a fundação esmoreceria sem o auxílio dessa alma forte que com tanto
carinho e ardor a dirigia, mas não foi assim. Os novos trabalhos, a nova e
grande responsabilidade que assumia, não o fizeram esquecer o empreendimento
que Deus, outrora, numa hora feliz lhe fizera entrever. Foi pois ainda, com
maior empenho que, com a assistência paternal do seu Bispo, já restabelecido, e
a cooperação de generosos auxiliares, tudo fez para que antes de sua partida
para Leopoldina, o Carmelo estivesse fundado, prometendo continuar sempre a ter
por ele o mesmo interesse e dedicação. Além das orações, trabalhos e
sacrifícios que dispensa tão generosamente à sua obra, custeia ainda 24 títulos
no valor de Crs $ 10.000,00 cada um, em benefício do Patrimônio do Carmelo.
O pedido foi
feito à Santa Sé e a resposta afirmativa veio telegraficamente sendo recebida
em 1º de Setembro de 1943. Em vista das circunstâncias da guerra atual, o
rescrito ficou para ser dado quando fosse possível. A alegria empolgou o
coração de quantos esperavam essa concessão e a fundação foi decidida para o
dia 15 de Outubro, festa de Santa Teresa de Jesus, a grande Matriarca do
Carmelo. Entretanto, como para essa data os trabalhos de adaptação não pudessem
ser terminados, foi adiada para o dia 26 do mesmo mês, devendo as Irmãs
Carmelitas chegarem à Pouso Alegre no dia 25 à tarde.
Voltemos agora o
nosso olhar para o Mosteiro de Sta. Teresinha do Menino Jesus, de Campinas,
árvore bendita plantada há dezessete anos pelas mãos paternais do saudoso D.
Francisco de Campos Barreto segundo Bispo de Campinas. Dessa árvore, ramo iria
agora sombrear também a Diocese de Pouso Alegre. Essa casa, lar bendito da
Virgem do Carmelo, onde, com a proteção de Sta. Teresinha e sob a direção da
Revda. Madre Maria Ângela de Jesus reina o verdadeiro espírito carmelita, seria
o berço da nova fundação. É aqui quase palpável a realidade daquele quadro que
representa a espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus e no qual a
meiga santinha é recebida alegremente no lar de Nazareth. Dali saíram as filhas
de Nossa Senhora, quais outras Teresinhas para serem recebidas no lar da
Sagrada Família.
Na manhã, pois,
do dia 25 de Outubro de 1943 foi celebrada na igreja do Carmelo de Campinas a
Missa Votiva do Espírito Santo, por intenção das Irmãs que iam partir. Eram
elas: Irmã Maria Imaculada da SS. Trindade, Irmã Maria Cristina do Espírito
Santo, Irmã Maria Conceição das Cinco Chagas e Irmã Maria Madalena do Precioso
Sangue. O celebrante, Revmo. Sr. Padre José Nardim, Capelão do Mosteiro, fez
uma comovente alocução. Comentando o “Ecce quam bonun” disse que esse dia,
apesar da separação dolorosa, devia ser um dia de alegria, convidando as Irmãs
a entoarem o “Magnífica”. Após a Missa rezou com a Comunidade o Itinerário
prescrito no Breviário para os viajantes. Terminada a Missa e feitas as
despedidas, a comunidade reuniu-se na portaria onde se achavam a imagem de
Nossa Senhora do Carmo e os retratos dos dois ilustres Bispos de Campinas: os
Exmos. e Revmos. Srs. D. Francisco de Campos Barreto e D. Paulo de Tarso
Campos. Aí, a Revda. Madre Maria Ângela de Jesus em tocante oração, implorou
para as Irmãs que partiam as bênçãos de Nossa Senhora e de D. Barreto, pois D.
Paulo, com carinho paternal, poucos dias antes lhes trouxera pessoalmente as
suas. Depois leu a Portaria do Exmo. e Revmo. Sr. D. Paulo de Tarso Campos
autorizando a partida das Irmãs, entregando em seguida à Revda. Madre Maria
Imaculada da SS. Trindade a imagem de Nossa Senhora do Carmo, feita sob o
modelo da existente em
Campinas. As Irmãs dirigiram-se então para a porta da
clausura acompanhadas pela Revda. Madre Maria Ângela de Jesus, Irmã Maria José do
Coração de Jesus e Irmã Maria Benigna da Eucaristia.
Esperava-as fora
grande número de pessoas que as receberam com carinhosa atenção. Dirigiram-se,
em automóveis para a estação, acompanhado-as na viagem, além das pessoas da
família, o Revmo. Sr. Padre José Nardim, Capelão do Carmelo de Campinas,
representando o Exmo. e Revmo. Sr. D. Paulo, duas Missionárias de Jesus
Crucificado e a Sra. Dª Ludovina Barreto prezada irmã do saudoso D. Barreto.
A viagem,
decorrida em religiosa cordialidade, foi feita em carros reservados, oferecidos
pela Companhia Mogiana e pela Rede Mineira de Viação. A recitação do Rosário e
os cânticos religiosos davam-lhe o aspecto de verdadeira romaria piedosa. As 14
horas as Irmãs recitaram as Vésperas, seguida das Completas, porque não havia
possibilidade de as dizer à hora prescrita.
As 18 horas e
meia, mais ou menos, chegavam à Pouso Alegre as pobres filhas de Sta. Teresa.
Esperava-as na estação verdadeira multidão, à frente da qual se achava o Revmo.
Sr. D. Delfim Ribeiro Guedes que numa atitude carinhosa e paternal abençoou as
filhas Carmelitas. Foram cumprimentadas também por vários Sacerdotes e pela
Comissão de Senhoras que auxiliou a fundação do Carmelo. Foi uma recepção
simples, mas cheia de respeito e amizade que muito comoveu as Irmãs. Conduzidas
em automóveis, dirigiram-se à igreja do Rosário onde nova multidão aguardava
sua chegada, recebendo-as carinhosamente entre palmas e flores. Abençoadas pelo
Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano D. Otávio Chagas de Miranda, que cheio de
alegria apresentou as boas vindas às novas filhas, dirigiram-se as Religiosas
para o presbitério entoando o Laudate, por entre as alas do povo que as
comprimia cheio de emoção. Seguiu-se a Bênção do Santíssimo Sacramento dada
pelo Revmo. Sr. Cônego Luiz de Gonzaga Ribeiro. Finda a qual visitaram o
Convento e foi a custo que o povo se dispersou.
Depois da ceia
que lhes foi caridosamente preparada, as Irmãs recitaram as Matinas e se recolheram
nas celas previamente preparadas.
No dia seguinte,
26 de Outubro, depois do levantar, à hora regular, as Irmãs rezaram as Horas
Menores do Ofício Divino e as 6 horas e meia, do coro do novo Carmelo, ouviram
a Sta. Missa celebrada pelo Exmo. e Revmo. Sr. Delfim Ribeiro Guedes.
Às 7 horas e meia
o Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano celebrou a Missa Solene que foi assistida
por grande número de fiéis. Ao terminar falou eloqüentemente, S. Excia. Revma.
sobre o acontecimento que se realizava. Em palavras calorosas manifestou o
júbilo de que todos se achavam possuídos, porque o Carmelo é uma escola de
oportunos ensinamentos, especialmente de recolhimento e penitência; como também
uma fonte de grandes benefícios espirituais para todos, como casa oficial de
oração, espécie de banco espiritual onde todos tem crédito para atender as suas
necessidades. Em seguida implorando as bênçãos de Nossa Senhora, S. Excia.
Revma. agradeceu a todos que concorreram para a realização dessa grande Obra,
especializando esse agradecimento ao Exmo. e Revmo. Sr. D. Delfim e seus
cooperadores, às Irmãs Carmelitas bem como à Irmandade do Rosário, que cedera a
sua Igreja para servir ao Mosteiro.
Depois foi lido,
pelo Revmo. Sr. Padre José Nardim, o decreto da ereção do novo Carmelo e feitas
as nomeações seguintes:
Irmã Maria
Imaculada da SS. Trindade – Priora e Mestra das Noviças; Irmã Maria Conceição
das Cinco Chagas – Sub-Priora; Irmã Maria Cristina do Espírito Santo – 1ª
Clavária; Irmã Maria Madalena do Precioso Sangue – 3ª Clavária.
Foram nomeados
ainda: Revdo. Padre José Oriolo – Capelão; Revdo. Padre Feliciano – Confessor
ordinário; Revdo. Padre Superior dos Missionários do Coração de Maria –
Confessor extraordinário e o Sr. Manoel Vilela Pereira – Síndico do Mosteiro.
Fez então S.
Excia. Revma. a entrega das chaves à Priora encerrando a imponente cerimônia
com o canto solene do Te Deum seguido da Bênção do Santíssimo Sacramento.
Dirigiram-se
todos para o Mosteiro onde, após o café oferecido pela comissão aos Exmos. e
Revmos. Srs. Bispos, Sacerdotes e família das Irmãs, foi feita pelo Exmo. e Revmo.
Sr. D. Delfim a entronização do Sagrado Coração de Jesus. No fim, a Revda.
Madre Maria Imaculada leu uma consagração à Nossa Senhora, tomando-a por Priora
e Mãe do novo Carmelo, consagração esta que foi ouvida num religioso silêncio.
Despedida a numerosa
multidão que comovida desfilou-se pedindo a bênção às Irmãs, depois de tiradas
algumas fotografias, foi finalmente fechada a clausura por ordem do Exmo. e Revmo.
Sr. Bispo Diocesano.
Estava fundado o
Carmelo da Sagrada Família, o novo lar do Menino Jesus. Começava agora a sua
vida regular renovando na terra a vida oculta e pobre de Nazareth para o bem
das almas e para a glória de Deus. Outras almas escolhidas virão também
partilhar esse viver de oração e sacrifício que elevar-se-á continuamente à Deus.
Não serão esquecidos, certamente, todos quanto por seus trabalhos, orações e
esmolas, concorreram para a construção não só material, mas espiritual desse
edifício que ora se ergue num recanto de Pouso Alegre. Cumule-os Deus com a
plenitude de suas graças, dando-lhes a felicidade na terra e a glória no Seu
reino que jamais terá fim!
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