quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


“Resplandece para nós um santo dia! Vinde, adorai o Senhor!”

     " Caríssimos amigos, “hoje nasceu para nós o salvador, que é o Cristo Senhor”. Divisaram os profetas este dia, à distancia de séculos, e o descreveram com profusão de imagens: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz...”(Is 9,1). A luz que dissipa as trevas do pecado, da escravidão, da opressão é o prelúdio da vinda do Messias, portador de liberdade, de alegria, de paz: “Um pequenino nasceu para nós, um filho nos foi dado”. A profecia ultrapassa imensamente a perspectiva de um novo Davi enviado por Deus para libertar seu povo, e se projeta em Belém, a iluminar o nascimento, não de um rei poderoso, mas do “Deus Onipotente” feito homem; é ele o “pequenino” nascido para nós, o “Filho” que nos foi dado. Só a ele se atribuem os títulos: “Conselheiro admirável, Deus Onipotente, Pai perpetuo, Príncipe da Paz”. Quando, depois, a profecia se tornou história, uma luz infinitamente maior refulgiu e a mensagem já não veio de um mensageiro terreno, mas celeste. Enquanto, à noite, os pastores vigiavam o rebanho, envolveu-os a luz... ‘Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será igualmente para todo o povo: hoje vos nasceu... o Salvador, que é o Cristo Senhor’”. O Salvador prometido e esperado há séculos está vivo, palpitante no meio dos homens: “encontrareis um recém nascido envolto em faixas, posto em uma manjedoura”. Naquele menino, o novo povo de Deus possui o Messias suspirado há séculos: a profunda esperança tornou-se imensa realidade.
Desejamos que essa luz, essa alegria, do nascimento de Deus na carne, envolva nossos corações durante todo o novo ano que se inicia e que cresçamos cada vez mais na fé, na esperança e no amor".

Feliz Natal! Feliz Ano Novo!


Festa da Sagrada Família


"A festa da Sagrada Família, fixada pela liturgia em pleno clima natalício, põe em evidência que o Filho de Deus, vindo ao mundo, quis inserir-se, com todos os homens, em um núcleo familiar, embora, pelas condições singulares das relações entre Maria e José, fosse uma família totalmente excepcional, no bom sentido. Fazendo-se homem, quis seguir o caminho de todos: ter uma pátria e uma família terrena. Esta, porém, tão simples e humilde, que não se distinguia em nada, exteriormente, das outras famílias israelitas. Todavia, refere o Evangelho alguns episódios que põem em relevo sua inconfundível fisionomia espiritual.
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, vão ao templo de Jerusalém Maria e José “a fim de oferece-lo ao Senhor, como está escrito na Lei de Moises”. Iluminado pelo Espirito Santo, reconhece Simeão no Menino “o Ungido do Senhor... toma-o nos braços e bendiz a Deus”, em seguida, voltando-se para Mãe, depois de ter-lhe falado da missão do Filho, diz-lhe: “A ti, uma espada transpassará a alma”. Maria e José, ao apresentarem Jesus no Templo, mais que cumprir uma formalidade segundo a Lei, renovaram a Deus a oferta de sua absoluta submissão e, justamente nas palavras de Simeão, recebem a confirmação de que aceitou Deus aquele gesto. O sinal será a “espada”, ou seja, o sofrimento que acompanhará seus passos e mediante o qual participarão da missão do Filho. Com este espírito abraçarão os dois santos esposos todas as tribulações de sua não fácil vida: os incômodos da repentina fuga para o Egito, a incerteza do estabelecimento em terra estranha, os cansaços de um rude trabalho, as privações de uma vida pobre e, mais tarde, a angustia por terem perdido o Filho na peregrinação a Jerusalém. Explicar-lhes-á o próprio Jesus a razão profunda do sofrimento deles quando lhes disser: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”. Antes de pertencer-lhes, pertence Jesus ao Pai celeste; Maria e José têm o encargo de educa-lo para a missão que o Pai lhe confiou. Situação que exige de ambos o máximo desinteresse e dá à vida deles sentido de serviço total a Deus em íntima colaboração com a obra salvífica do Filho".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog