sexta-feira, 17 de agosto de 2012

D. Ricardo, Mons. Dimas em visita Canônica com a
 Comunidade do Carmelo da Sagrada Família, na Capela
mortuária da Mãezinha. (2008)


Queridos amigos, continuando a fazer algumas considerações sobre os tipos de vocações, queremos dizer um pouco sobre a Vocação Religiosa, que celebraremos no terceiro domingo do mês de agosto.
Já pelo batismo o cristão é consagrado a Deus, designado a seu serviço, a seu culto. O que porém, não impede que o batizado possa aprofundar sua inicial consagração batismal, levando-a até às extremas consequências. Abraça livremente, por amor de Deus, os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência.
“Pelos votos, ou outros sagrados laços de natureza semelhante aos votos, com os quais obriga-se o fiel aos três mencionados conselhos evangélicos, entrega-se todo ele a Deus sumamente amado, de tal modo que por um novo e peculiar título é ordenado ao serviço de Deus e à sua honra”. (LG 44). Assim, entra o fiel num, particular estado de perfeição. É sua característica essencial o mais íntimo e total seguimento de Cristo pobre, casto, obediente, inteiramente consagrado a glória do Pai e à salvação dos homens.
Em outras palavras, os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência são assumidos como particular empenho de vida para assemelhar-se o cristão mais perfeitamente a Nosso Senhor e mais fielmente exprimir a própria vida de Cristo.
“O estado religioso mais fielmente imita e continuamente representa na Igreja aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo para fazer a vontade do Pai e propôs aos discípulos que o seguiam”. (LG 44).

D. Ricardo, Mons. Dimas e a Comunidade no claustro.
O estado dos conselhos evangélicos não constituem uma santidade diferente da que é proposta a todos os batizados e, sim, um itinerário diferente. Este caminho enquanto configura mais diretamente o cristão a Cristo, supera mais facilmente os obstáculos que lhe impedem a conquista da santidade. ‘O fiel, ensina o Concílio, para poder colher frutos mais abundantes da graça batismal, procura, pela profissão dos conselhos evangélicos na Igreja, livrar-se dos impedimentos que o possam afastar do fervor da caridade’.(LG 44).


A vocação ao estado de perfeição é, pois, uma graça imensamente preciosa, não só para a santidade individual, como para a de toda a Igreja. Pois é destinada a encarnar mais fielmente o mistério e a vida de Cristo a fim de atrair a ele todos os homens.


Quarto Domingo Vocação do Catequista - leigo.

No quarto domingo celebraremos a vocação do catequista, do leigo. “Cada qual deve avançar sem hesitação, segundo os próprios dons e cargos, pelo caminho da fé viva, que excita a esperança e opera pela caridade” (LG 41). Eis o dinamismo da vida cristã inteiramente baseada nas virtudes teologais. Da fé viva nasce a esperança. A fé dá ao homem não só a certeza da existência de Deus, mas também a segurança de ser Deus a bondade, a beleza, a sabedoria, a providência, o amor infinito que quer dar a ele como bem seu, como sua posse e felicidade eterna. Ateia-se então no coração o desejo de possuir este Deus tão grande e tão bom. Será possível? Sim, pois Deus mesmo estabeleceu ser o fim do homem, seu bem supremo. Até como simples criatura o fim do homem é Deus, mas somente no plano natural: respeitando as leis impressas na criação, poderia chegar o homem a um certo gozo natural de Deus; todavia, jamais poderia aspirar a possuir Deus em si mesmo, nem entrar na corrente da vida íntima de Deus, participar de sua vida trinitária. Só a virtude teologal da esperança, nele infundida gratuitamente “pela virtude do Espírito Santo” (Rm 15,13), lhe confere esse direito. A esperança corresponde a uma particular vocação devida à liberalidade de Deus: “Há uma só esperança à qual fostes chamados” (Ef 4,4), diz São Paulo, a esperança da posse inicial de Deus ainda nesse mundo mediante a graça e as virtudes teologais, e a esperança da posse plena e eterna de Deus na felicidade do Céu. Cada cristão é um vocacionado à esperança teologal cujo objeto é Deus, e por meio desta virtude fica habilitado para a conquista de tal fim altíssimo. Maravilhosa condescendência de Deus, que criou o homem para si, o quis filho seu e o tornou participante de sua natureza divina justamente para poder ser objeto de sua esperança, fim último de sua vida, sua felicidade eterna. Portanto, o cristão autentico vive “na expectativa da feliz esperança: a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, que se entregou por nós a fim de nos resgatar de toda iniquidade” (Tg 2,13-14).

O amor gratuito de Deus, que se antecipa ao homem, quer ser correspondido com este amor de amizade, pelo qual se entrega o homem totalmente a Deus, querendo só o que ele quer. A resposta do homem atrairá novas efusões do amor de Deus: “Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei. O próprio Pai vos ama, pois que me amaste (Jo 14,21;16,27). Assim cresce a caridade no coração do homem, e o torna cada vez mais capaz de amar; cada vez mais profunda vai ficando sua amizade com Deus, e o dispõe a amizade eterna.


O Leigo é, portanto aquele que leva Jesus no ambiente onde vive, onde trabalha...para que outros também façam a experiência do Seu amor.

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