D. Ricardo, Mons. Dimas em visita Canônica com a Comunidade do Carmelo da Sagrada Família, na Capela mortuária da Mãezinha. (2008) |
Queridos amigos, continuando a fazer algumas
considerações sobre os tipos de vocações, queremos dizer um pouco sobre a
Vocação Religiosa, que celebraremos no terceiro domingo do mês de agosto.
Já pelo batismo o cristão é consagrado a Deus,
designado a seu serviço, a seu culto. O que porém, não impede que o batizado
possa aprofundar sua inicial consagração batismal, levando-a até às extremas
consequências. Abraça livremente, por amor de Deus, os conselhos
evangélicos de pobreza, castidade e obediência.
“Pelos votos, ou outros sagrados laços de natureza
semelhante aos votos, com os quais obriga-se o fiel aos três mencionados
conselhos evangélicos, entrega-se todo ele a Deus sumamente amado, de tal modo
que por um novo e peculiar título é ordenado ao serviço de Deus e à sua honra”.
(LG 44). Assim, entra o fiel num, particular estado de perfeição. É sua
característica essencial o mais íntimo e total seguimento de Cristo pobre,
casto, obediente, inteiramente consagrado a glória do Pai e à salvação dos
homens.
Em outras palavras, os conselhos evangélicos de
pobreza, castidade e obediência são assumidos como particular empenho de vida
para assemelhar-se o cristão mais perfeitamente a Nosso Senhor e mais fielmente
exprimir a própria vida de Cristo.
“O estado religioso mais fielmente imita e
continuamente representa na Igreja aquela forma de vida que o Filho de Deus
assumiu ao entrar no mundo para fazer a vontade do Pai e propôs aos discípulos
que o seguiam”. (LG 44).
D. Ricardo, Mons. Dimas e a Comunidade no claustro. |
O estado dos conselhos evangélicos não constituem uma
santidade diferente da que é proposta a todos os batizados e, sim, um
itinerário diferente. Este caminho enquanto configura mais diretamente o
cristão a Cristo, supera mais facilmente os obstáculos que lhe impedem a
conquista da santidade. ‘O fiel, ensina o Concílio, para poder colher frutos
mais abundantes da graça batismal, procura, pela profissão dos conselhos
evangélicos na Igreja, livrar-se dos impedimentos que o possam afastar do
fervor da caridade’.(LG 44).
Quarto Domingo Vocação do Catequista - leigo.
No quarto domingo celebraremos a vocação do catequista,
do leigo. “Cada qual deve avançar sem hesitação, segundo os próprios dons e
cargos, pelo caminho da fé viva, que excita a esperança e opera pela caridade”
(LG 41). Eis o dinamismo da vida cristã inteiramente baseada nas virtudes
teologais. Da fé viva nasce a esperança. A fé dá ao homem não só a certeza da
existência de Deus, mas também a segurança de ser Deus a bondade, a beleza, a
sabedoria, a providência, o amor infinito que quer dar a ele como bem seu, como
sua posse e felicidade eterna. Ateia-se então no coração o desejo de possuir
este Deus tão grande e tão bom. Será possível? Sim, pois Deus mesmo estabeleceu
ser o fim do homem, seu bem supremo. Até como simples criatura o fim do homem é
Deus, mas somente no plano natural: respeitando as leis impressas na criação,
poderia chegar o homem a um certo gozo natural de Deus; todavia, jamais poderia
aspirar a possuir Deus em si mesmo, nem entrar na corrente da vida íntima de
Deus, participar de sua vida trinitária. Só a virtude teologal da esperança,
nele infundida gratuitamente “pela virtude do Espírito Santo” (Rm 15,13), lhe
confere esse direito. A esperança corresponde a uma particular vocação devida à
liberalidade de Deus: “Há uma só esperança à qual fostes chamados” (Ef 4,4),
diz São Paulo, a esperança da posse inicial de Deus ainda nesse mundo mediante
a graça e as virtudes teologais, e a esperança da posse plena e eterna de Deus
na felicidade do Céu. Cada cristão é um vocacionado à esperança teologal cujo
objeto é Deus, e por meio desta virtude fica habilitado para a conquista de tal
fim altíssimo. Maravilhosa condescendência de Deus, que criou o homem para si,
o quis filho seu e o tornou participante de sua natureza divina justamente para
poder ser objeto de sua esperança, fim último de sua vida, sua felicidade
eterna. Portanto, o cristão autentico vive “na expectativa da feliz esperança:
a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, que se
entregou por nós a fim de nos resgatar de toda iniquidade” (Tg 2,13-14).
O amor gratuito de Deus, que se antecipa ao homem,
quer ser correspondido com este amor de amizade, pelo qual se entrega o homem
totalmente a Deus, querendo só o que ele quer. A resposta do homem atrairá
novas efusões do amor de Deus: “Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o
amarei. O próprio Pai vos ama, pois que me amaste (Jo 14,21;16,27). Assim
cresce a caridade no coração do homem, e o torna cada vez mais capaz de amar;
cada vez mais profunda vai ficando sua amizade com Deus, e o dispõe a amizade
eterna.
O
Leigo é, portanto aquele que leva Jesus no ambiente onde vive, onde trabalha...para
que outros também façam a experiência do Seu amor.
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